terça-feira, fevereiro 27, 2007

Trilha sonora do dia



Juparanã, de Joyce e Paulo César Pinheiro - no CD "Voadeira" de 1999, da Mônica Salmaso.

A ouvi hoje no ônibus, a caminho do trabalho. É beeem brasileira, com várias nomes de bichos, plantas, coisas da natureza. Fico pensando como seria traduzir ou explicá-la para um gringo... seria difícil! Curti muito este disco na época em que foi lancado. Havia ganhado de presente da minha cunhada o "Afro Sambas" (que ela gravou com o Paulo Belinatti) e fiquei bem interessado na música da Mônica. Eu ouvia muito a rádio Eldorado de São Paulo, que organiza o Prêmio Visa de Música Brasileira. A Mônica ganhou este prêmio na edicão vocal e por conta disto gravou um CD pelo selo Eldorado - o CD é exatamente o "Voadeira", que foi bastante divulgado. Comprei-o imediatamente e fui ao primeiro show que ela fez após gravar o CD. Se não estou enganado, o show foi no SESC Vila Mariana. Achei uma maravilha e comprei outro CD (Trampolim) na lojinha que montaram lá no show. Desde então tenho-a seguido sempre que posso, acho que já assisti a uns 6 ou 7 shows dela, incluindo o do último CD - "Iaiá". A escolha dos músicos que tocam com ela é sempre ótima, seja nos discos ou nos shows, só peso-pesados: Benjamin Taubkin (em um dos shows eles tocaram "Ave Maria no morro" só os dois, piano e voz - emocionante!), Teco Cardoso, Caito Marcondes, Fabio Tagliaferri, Nailor "Proveta" são só alguns deles.

Vejam o comentário da Mônica sobre a "Juparanã", disponível no site dela: http://www.monicasalmaso.mus.br

"Fico muito feliz em gravar a Joyce. Esta música tem um pouco do "Boto" do Tom Jobim - ambas muito brasileiras; e assim que a ouvi, achei que se parecia comigo e com a minha maneira de cantar".

Juparanã
Composição: Joyce e Paulo César Pinheiro

Juparanã, aldeia, brejal
Juparanã, paul, pantanal
Juparanã
Nação de igarapé
Chão de curimatã
Jazida do pajé
Da muiraquitã
Juparanã, Juparanã, Juparanã

Juparanã, o boto é de
Tem sucuri, pacu, tracajá
Tem tucumã
Imbira, mussambê
Ingá, pariatã
Sagüi, juruetê
Arara, mussuã
Juparanã, Juparanã, Juparanã

Tem jacumã, ubá
Bom de atravessar
Os igapós, eu vou pescar
Ê Juparanã
Tem peixe, boitatá
Iara mora lá
Nos aguapés, vem me ajudar
Ê Juparanã

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Bicicleta


Li no blog da Soninha e no Apocalipse Motorizado que foi liberado o transporte de bicicleta no metrô de São Paulo. Ótima notícia!

Depois de muito tempo resolveram liberar o transporte das magrelas. Grandes adesivos verdes com o desenho de uma bicicleta foram colocados no chão das estações, indicando os vagões em que elas podem ser transportadas. O transporte ainda é restrito apenas aos sábados (das 15:00 às 20:00), domingos e feriados (das 7:00 às 20:00). O número máximo de bicicletas permitidos por trem é de 2 apenas, portanto se por exemplo uma família de 4 pessoas quiser viajar junta, 2 terão que ir no 1o trem e os outros no próximo.

Aqui na Alemanha anda-se muito de bicicleta, muito mais que no Brasil (é minha impressão). Ao menos aqui em Mannheim e nas cidades da região, tudo é muito plano, há ciclovias, sem contar as severas leis de trânsito protegendo os ciclistas e válidas no país inteiro (eles tem prioridade até com relação a pedestres) - isto tudo facilita muito. Muitas pessoas vão ao trabalho pedalando, sempre usando seus capacetes. Alguns colegas meus lá do escritório também.

Essa é uma mudança que estou começando a considerar. De casa até o trabalho a distância é de aproximadamente 8 km, a maioria deles planos, portanto seria impossível encarar. O único problema que vejo é que tenho que trabalhar de terno e gravata, preciso estar sempre bem alinhado (fico com receio de chegar suado). Vou esperar um dia que não esteja chovendo e que não haja calor (isso é fácil!) para fazer um teste.

A empresa que trabalho mudou de endereço em São Paulo, foi para a Nova Faria Lima, que por sinal é bem perto lá de casa. Estou pensando seriamente em adotar a bicicleta como meio de transporte quando voltar. Seria bem simples, bastaria pedalar pela ciclovia da Avenida Nova Faria Lima, que também é bem plana. Meus receios são os assaltos e o fato de que nós, brasileiros e paulistanos, não estamos acostumados a conviver com as bicicletas no trânsito, o que é responsável por um número muito grande de acidentes (foi o que li no Apocalipse Motorizado).

A Vivian foi hoje para a aula de alemão de bicicleta. A distância para ela é de 4 km, super tranquilos, é um caminho que já fizemos muitas vezes juntos (para ir ao cinema, ao centro da cidade, no supermercado). Ela disse que não teve problema algum, tirando a chuva que pegou na volta (o casaco e o sapato dela estão secando na cozinha! hehe!).

Normalmente vou ao trabalho de carro, é super conveniente, dirijo menos de 15 minutos, tem estacionamento sem custo etc. Mas sei que não é uma atitude ecologicamente correta. Esta semana resolvi mudar: comprei o passe semanal de ônibus. É ótimo, em geral gosto muito pois posso ler e ver as pessoas. O único incoveniente é que preciso acordar mais cedo.

Já é um começo!

I'm said but I'm laughing

Fiz uma visita pra Deyse, do blog "I'm said but laughing". Há alguns dias ela escreveu o último post do blog, dizendo que criaria um novo, mais com a cara dela etc.

Mas hoje o "I'm said but I'm laughing" já estava fora do ar. Espero que ela volte logo!

Trilha sonora do dia


Trilha sonora de hoje: Melodia Branca, de Guinga --> CD "Cine Baronesa" - Guinga
Tocam nessa faixa: Gilson Perenzetta (piano e arranjo), Paulo Aragão (violão de 8 cordas).
A música é linda, mas o que mais me encanta é o nome: "Melodia Branca"!
Poesia com apenas 2 palavras. O nome dessa música me faz pensar em um céu bem azul com algumas nuvens branquinhas, pessoas sentadas no gramado de um parque, um cachorro correndo, um casal de idosos passeando de mãos dadas como fazem a mais de 50 anos, pássaros cantando, o sol esquentando de leve o rosto, uma criança cambaleante dando seus primeiros passos...
É a primeira vez que vejo alguém dar uma cor para uma melodia. Maravilhoso!
Aliás, tudo que ouvi do Guinga até hoje é uma beleza. Só tenho um CD, exatamente o "Cine Baronesa". Assim que voltar ao Brasil vou correr atrás dos outros. Outra música que adoro dele: Cata-vento e Girassol, em parceria com o Aldir Blanc e gravada pela Leila Pinheiro.

domingo, fevereiro 25, 2007

Tagebuch eines scandals


Assisti na 6a o filme "Notes on a scandal" ou "Notas de um escândalo", que está concorrendo a 4 oscars (melhor atriz = Judi Dench, melhor atriz coadjuvante = Cate Blanchett, melhor roteiro adaptado e trilha sonora). Fomos eu, a Vivian, o Pascal (meu maluco e professor de alemão - ele é grego), a Marcela (amiga mexicana) e o namorado dela Bernhard (alemão).

Achamos que o filme estaria em língua original e dançamos: era dublado, como a imensa maioria dos filmes aqui na Alemanha! Péssima surpresa...

Apesar da grande dificuldade de entender o que se falava, gostei do filme. Fiquei pensando o final de semana inteira sobre a estória... que triste! A personagem da Judi Dench é totalmente maluca, psicótica, obsessiva, controladora, maquiavélica. Me identifiquei com a personagem da Cate Blanchet, com sua fragilidade. Fico me perguntando o que a levou a ter a relação com o garoto... quero dizer, quais as motivações dela lá no fundo, bem fundo - o que ela estaria sentindo, o que estaria incompleto, o que ela buscava. A família dela é linda, tem um filho lindo também, marido companheiro e super pai, ela amava muito todos eles. Não a estou julgando, pelo contrário. Estou tentando me colocar no lugar dela: o que faria na mesma situação, se me visse apaixonado por uma aluna minha de 15 anos de idade? Não faço idéia! Quando penso no que sinto agora, no que sou hoje, nas pessoas que fazem parte da minha vida, não vejo qualquer possibilidade de que algo assim viesse a acontecer. Mas e amanhã? E daqui a 1, 5, 10 anos? Pode ser, basta viver para surpreendido. Não consigo e não posso julgá-la, mas consigo entendê-la. Pode acontecer com qualquer um, a qualquer hora ou lugar.

A música é maravilhosa, composta pelo Philip Glass (não conheço bem a obra dele, mas sei que é bem respeitado no meio musical - resolvi dar uma investigada no site dele, é bacana mas está bem lento para navegar, depois dou outra passadinha).


Trilha sonora do dia

O Mauro Chazanas, que sempre comenta lá no blog da Alessandra Alves (linkada aqui no Terra de Goethe), termina normalmente seus comentários com alguma referência musical, que remeta ao assunto do post. Muitas vezes ele simplesmente escreve o nome da música que está ouvindo no exato momento em que está comentando. Achei ótima a idéia, blogagem com trilha sonora!

Pois, vou copiar a idéia e tentar trazer aqui minha trilha sonora do dia.

Hoje: Modinha, Tom Jobim e Vinícius de Morais

Recomendo as seguintes versões:
Zizi Possi, no CD "Valsa Brasileira" --> minha preferida, disparado!
Maria Bethânia, no CD "Que falta que você me faz"

Não, não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão
Que é só desilusão
Não, não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim
Vai, triste canção, sai do meu peito
E semeia emoção
Que chora dentro do meu coração

Amores


A Laura escreveu lá no Caminhar sobre o filme "Amores", do Domingos de Oliveira. Faz um tempão que assisti ao filme e o post dela me trouxe uma ótima lembrança.

Me lembro perfeitamente do dia em que assisti "Amores". Estava no trabalho lá em Sampa, sem vontade de nada e de ninguém. Pensei que seria bacana me distrair fazendo algo por mim e comigo apenas. Era 4a-feira, procurei na internet por alguma exposição ou filme pra ver, daí descobri que haveria uma pré-estréia do "Amores" lá no Espaço Unibanco. Caminhei devagar pro cinema lá na Augusta e me pensei: "tomara que o filme seja uma maravilha, tô precisando...". Adoro coisas inesperadas, inusitadas, daquelas que te surpreendem e marcam pequenos e despretenciosos momentos da sua vida para sempre, sabe? Um sorriso de alguém no metrô, um pôr do sol, um dia de chuva, a cor de uma flor, um gesto de um desconhecido. Eu nunca tinha ouvido falar do Domingos de Oliveira, meu humor não estava dos melhores nesse dia (tava na verdade bem deprê), ou seja, não havia razão alguma pra ter qualquer esperança de ter uma noite bacana. Resultado: adorei o filme! É simples, direto, os diálogos são ótimos. Os personagens são muito verdadeiros, transparentes, tem uma certa ingenuidade que adoro - aquela que só as crianças tem, sabe? Parecem entregues à vida e seus amores, frustações, tristezas, dúvidas, crises existenciais, amizades. Como escreveu a Laura, os olhos são lindos, brilham - demonstram que estão vivendo a 100%, parecem que se permitem descobrir e surpreender, como as crianças. Meus personanagens favoritos são o casal da comediante, irmã da atriz loira, e do artista plástico gay. O final para esses dois em especial é uma beleza, assim como as imagens de Santa Teresa, no Rio.

Pouca gente conhece esse filme, mas todos que já assistiram gostam muito. Ele virou para mim uma espécie de filme que representa alegria, leveza ao viver a vida, coração aberto.

No sábado seguinte levei a Vivian (minha esposa), a Luciana e o Mario, amigos nossos. Eles também adoraram! Depois assisti mais uma vez no Canal Brasil.

Página do Domingos no Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_de_Oliveira

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O carnaval da anarquia no Rio de Janeiro


Este é o título de uma matéria do jornal alemão "Der Spiegel", talvez o mais importante aqui na Alemanha. De forma geral, a matéria retrata a violência carioca (que não é diferente do que vivemos no resto do Brasil), dizendo que ela foi ainda maior nos últimos dias e durante o carnaval do que normalmente, chocando até os brasileiros. O texto também fala da relação do Carnaval com as drogas, principalmente a cocaína.

Alguns trechos da matéria:

"Tiroteios nas ruas podem ser comuns no Rio de Janeiro, mas a atual onda de violência chocou até mesmo os brasileiros. O horror lançou uma sombra sobre o carnaval deste ano."

"Cocaína e carnaval andam de mãos dadas no Rio. Vendedores de cerveja e traficantes vendem papelotes de pó por R$ 10 por todo o sambódromo. A polícia faz vista grossa; os policiais freqüentemente embolsam uma parte dos lucros."

"A série de crimes recentes foi incomumente brutal até mesmo para os padrões brasileiros. A polícia encontrou dezenas de corpos mutilados em carros roubados -restos mortais de pessoas que foram torturadas, a maioria vítimas da guerra entre gangues rivais do tráfico."

"Mas nenhum crime abalou tanto a cidade quanto a morte do pequeno João Hélio Fernandes. Sua mãe foi assaltada quando parou o carro em um sinal vermelho."
Como tudo isto é triste! E como é triste também saber que esta é a imagem do Brasil no resto do mundo.

De qualquer forma não perco a esperança. Volto para o Brasil em Julho/2008. Até lá, sonharei aqui da Alemanha com um país melhor, mais justo, onde as pessoas se respeitem. Espero um dia encontrá-lo, talvez não em 2008, mas algum dia.

sábado, fevereiro 17, 2007

Carnaval

Pois é, estamos em pleno Carnaval e eu aqui na terra da cerveja! Adoro o Carnaval, seja para cair na folia ou simplesmente ficar "de boa", preferencialmente na praia.

Estava pensando sobre os Carnavais da minha vida e só me vieram boas lembranças. As primeiras delas me levam lá pra Sampa, nas matinês do Esporte Clube Banespa. Íamos todos os moleques pro baile, dançávamos à beça, atormentávamos as meninas. Tempos bons e inocentes! Já com 15 ou 16, falsificávamos os documentos para ir ao baile da noite, onde havia a promessa de muita folia, beijos, bebida etc. Acho que foi em um destes bailes que tomei meu primeiro porre! Hehe, só não sei se isto é uma boa lembrança! :-)

Depois que comecei a namorar a Vi(vian, minha esposa - já há quase 10 anos juntos!), ficou ainda melhor. Sempre varíamos a forma de curtir, acho que pelo menos umas 3 vezes ficamos no Guarujá, curtindo praia, mar e cervejinha. Uma vez fomos para Poços de Caldas, em outra para Visconde de Mauá, em outras duas para o Rio assistir o desfile. Também assistimos o desfile uma vez em São Paulo e em um dos anos até desfilamos pela X-9 Paulistana.

Mas o melhor Carnaval de todos passei com meu amigo Ricardo Antão. Tínhamos uns 18 e estávamos sem destino. Ele já tinha um carro e propôs: "vamos viajar pra qualquer lugar de praia, dormimos no carro, comemos em qualquer lugar.". Topei na hora! Falei para os meus pais que ficaríamos na casa de um amigo dele (acho que ele disse o mesmo pros pais dele!). Chegou a 6a-feira, véspera de Carnaval, arrumamos nossas malas e nos mandamos para Ubatuba. Pegamos a Dutra, descemos pela Tamoios e fizemos nossa 1a parada em Caraguatatuba, onde dormimos com o carro estacionado ao lado da rodoviária. De manhã tomamos um pingado com um pão com manteiga e fomos de vez para Ubatuba. Curtimos o 1o dia na praia de Domingas Dias, bem ao lado da praia do Lázaro. Foi uma maravilha, clima perfeito, mar limpo, tudo tranquilo. O problema começou quando quisemos tomar banho: paramos o carro em uma bica d'água na estrada e quase morremos de frio com a água gelada, sem contar a cara de espanto do povo que passava de carro nos vendo tomar banho (com sabonete, shampoo e tudo!). Dormimos outra vez no carro, acordamos e fomos para a praia das Toninhas, bem mais turística e cheia. O dia já não foi tão agradável, sentíamos falta de um lugar para dormir e deixar nossas coisas, ir ao banheiro e principalmente da água quente. Bem em frente à praia havia um hotel com uma faixa oferecendo planos para atrair novos sócios. Resolvemos investigar e descobrimos que eles faziam parte de uma rede de hotéis, daquelas que você compra um título e paga uma anuidade, tendo direito a uma semana grátis por ano, descontos para o sócio e familiares, sem contar os diversos hotéis da rede espalhados pelo Brasil. Eu, que não tinha na época um tostão furado, desisti na hora. Meu amigo se empolgou e depois de muito pensar resolveu fazer a assinatura. Resultado: 12 cheque pré-datados, dívida até o próximo Carnaval (acho que ele nunca mais usou a tal da semana grátis!). Tudo pela infeliz idéia de viajar sem um lugar para ficar. No mais nos divertimos muito, pulamos Carnaval, fiquei vermelho igual a um camarão por não ter usado protetor, conheçemos um monte de gente bacana e curti o Carnaval mais bacana da minha vida!

Outra coisa que adoro no Carnaval são as marchinhas. É só ouvir alguma que me lembro da minha infância lá no clube, dos antigos amigos de quem já não tenho notícia. As músicas de Carnaval de hoje não tem nem 10% do charme e do encanto das marchinhas. Minhas preferidas:

Máscara Negra, de Zé Keti e Pereira Matos
"Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval"

As pastorinhas, de Noel Rosa e João de Barro
"A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar"

Tem coisa mais bonita que estas duas músicas? :-)

Com a relação à Alemanha, saibam vocês que aqui também se comemora o Carnaval. Aliás, é muito animado e tradicional. Fomos hoje para Colônia, cidade há uns 200 km aqui de casa, famosa pela enorme catedral gótica. É a capital do Carnaval na Alemanha, concorrendo com Veneza pelo Carnaval mais famoso da Europa. Foi muito divertido!

Mas falo disso no meu próximo post!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Luto por João Hélio


O clima na comunidade blogueira é de indignação geral, tristeza, desesperança. Onde vamos parar? Não há um dia só em que não navego pela internet e não leio notícias horríveis sobre violência, intolerância, preconceito. A triste e inexplicável morte do menino João Hélio é mais um destes casos em que nos perguntamos se há um futuro para nossa sociedade. O ódio e o desrespeito pelo próximo e pela vida não mais existem, não há mais gentileza, não há mais carinho. Não sei o que pensar sobre isto tudo, só consigo ficar triste, desmotivado, duvidando de mim e de qualquer outro ser humano que habita esse planeta.

Espero que a energia positiva do Carnaval traga um pouco de luz a todos os brasileiros, que pelo menos nestes 4 dias nos respeitemos e consigamos conviver de forma pacífica.

Que Deus ilumine a mãe, amigos e familiares do João Hélio. Que o amor ocupe seus corações e que não percam a esperança pela vida.

A Paz, Gilberto Gil e João Donato
"A paz invadiu o meu coração,
de repente me encheu de paz...
eu pensei em ti, eu chorei por mim, eu chorei por nós"

Juízo Final, Nelson Cavaquinho e Élcio Soares
"O sol há de brilhar mais uma vez,
a luz há de chegar aos corações,
do mar será queimada a semente,
o amor será eterno novamente...
quero ter olhos pra ver,
a maldade desaparecer"

By the way, estou participando da blogagem coletiva proposta pela Meiroca em memória ao menino João Hélio.

Zeca

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O domingo em que o diabo vestiu Prada

Não são fáceis os domingos aqui na Alemanha. Realmente estão longe de ser. Todos os comércios ficam fechados, de padarias e supermercados a lojas e outros comércios. É o dia em que as pessoas vão aos parques, fazem piqueniques, se reúnem com amigos, andam de bicicleta, praticam esportes. Se você resolver andar pelo centro de qualquer cidade (excluindo Berlin e Munique), verá algumas poucas almas, normalmente jovens na faixa dos 15 anos andando em grupo. Se quiser ver gente no domingão, nada melhor que ir a um parque ou lugar público. Mas o que fazer caso você esteja no meio do inverno, com temperaturas por volta dos 2 graus, em um típico domingo chuvoso que te faz lembrar os piores dias da minha querida Sampa, aqueles em que se justifica o apelido de "cidade da garoa"?

Minha esposa e eu resolvemos fazer duas coisas: estudar alemão e ir ao cinema no final da tarde (típico programinha paulistano, meu!). Por mais complicado que seja o alemão, foi mas fácil estudá-lo do que achar um cinema com filmes em inglês, português ou espanhol para assistir. 99,9% dos filmes aqui são dublados em alemão, o que por conta do nosso nível atual de entendimento dessa língua desgraçada de difícil, torna quase impossível qualquer aventura na tela grande. Nos restou então pegar um DVD e não nos arrependemos.

Alugamos "O diabo veste Prada", típica comédia americana, filme perfeito para se assistir no domingo à noite. [parênteses = coisa que não rola nos domingos são filmes de arte, dramas, filmes cabeça, tristes etc. - o ideal é pegar um filminho levinho, despretencioso, preferencialmente com um alguma estórinha de amor no enredo]
Como esperado, o filme é leve e despretencioso, satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. A Meryl Streep interpreta um mulher das mais amargas e chatas possíveis (não me lembro de um sorriso sequer dela), o que é contrabalançado pela mocinha da estória, a jovem, talentosa e simpática Anne Hathaway, que já havia trabalhado em "Brokeback Mountain". No mais, sofremos um pouquinho com o sofrimento da Anne, rimos com algumas situações engraçadas, torcemos pra mocinha, ficamos com raiva da chefe e da amiga de trabalho dela, ela se realiza no final e tudo termina em "happy end". Tem até atuação da Gisele Bündchen!

Portanto, caso esteja um domingão desses em casa, sem boas idéias sobre o que fazer e se divertir um pouco, não pense: vá até a Blockbuster mais próxima, alugue "O diabo veste Prada", coloque a pipoca no microondas e bom filme!

Zeca

Blogs

Como escrevi no primeiro dos meus posts, tentaria ser disciplinado e escrever com frequência. Claro, estava enganando a mim mesmo, me conheço e sei o quão preguiçoso sou. Não é à toa que escrevi apenas 2 posts na empolgação dos 1os dias de blog. Para voltar à ativa, resolvi colocar aqui algumas poucas e boas sugestões de outros blogs ou coisas interessantes que li ou vi nos últimos tempos. Lá vai:

  • Caminhar - Blog da Laura. Textos muito interessantes, ótimo o último post sobre a influência do Paulo Francis. Ela tem super bom gosto, publica fotos lindas.
  • I'm sad but I'm laughing - Blog da Deyse. Adorei o último post sobre "sermos", apenas "sermos"
  • Soninha - Meu blog preferido. Adoro o jeito aberto, transparente, sincero que ela escreve, parece que estamos em um bar tomando uma cervejinha, discutindo tudo e nada, com o coração aberto.
  • Taxitramas - O blog do Mauro Castro é simplesmente fantástico. O cara escreve muito, de forma leve e muito espirituosa.
  • Crônicas Agudas - O Paulo de Tarso escreve muito. Com muita qualidade, com muita transparência, com muita experiência. Seus textos são grandes viagens que nos ajudam a entender-mos a nós mesmos.
  • Gilberto Dimenstein - Sempre visito o site dele. É um grande painel sobre questões sociais, educação, futuro da nossa sociedade, etc. É uma ótima forma de ficar antenado sobre o que rola de bacana na nossa sociedade, de conhecer iniciativas de pessoas que não ficam apenas reclamando dos problemas do mundo, mas que fazem algo para modificá-lo. Verdadeiro jornalismo comunitário.
  • In other worlds... - Blog da Andréa, uma das mais simpáticas blogueiras que já li. Textos super antenados e leves sobre nosso dia-a-dia, problemas ecológicos, atitudes conscientes etc.

Caso você me visite, aproveite e visite o pessoal acima.

Zeca