Comentei com a Lygia que estive na casa do Evandro Carlos Jardim. O marido dela é crítico de arte, professor da Unesp, autor de livros etc. Os dois são ótimos, falam pelos cotovelos, super inteligentes, antenados, interessados. Ela esteve na Alemanha em 2008 estudando em Berlin, bem bacana, adora a língua alemã. Ele é humilde, bom papo, simpático. Ela comentou um pouco sobre o processo de criação de gravuras, que a técnica e o processo para chegar na forma com que a tinta sai do metal e é impressa no papel é que interessa ao artista. No meu caso - leigo - o que conta é a beleza da imagem em si.
Corri ontem no Ibirapuera. Vi um casal de 2 homens, jovens bem jovens na verdade, andando por caminhos escondidos, curtindo uma sacanagem. Deviam ir para um motel, apesar de que fazer estas coisas em público também é interessante. Se tinham 18 anos é muito. Já dizia John Legend: "let's go to the park, i wanna kiss you underneath the stars, maybe we go too far, we just don't care". O parque estava demais - cheio, bastante gente correndo e andando de bicicleta, crianças também. O lago estava fedido dessa vez, o que é bem anormal no Ibirapuera - talvez seja a mistura das chuvas sem fim com o calor de maçarico. Haviam gringos rodando - 2 mulheres falando acho que alemão, um casal de mochila e guia na mão, provavelmente descobrindo as coisas do Niemayer. Às vezes esquecemos o quão interessante deve ser caminhar por São Paulo como turista, explorando-a. A cidade é dura, difícil de se locomever, barulhenta e outros adjetivos, mas é bem curiosa, cheia de contrastes, cultura, gente. Li na folha que a Marina Lima está se mudando para cá, deixando o Rio. Saiu de uma cobertura na Lagoa enorme, foi para um apê pequeno (menor talvez, mas não pequeno) em Ipanema. Agora está se redescobrindo, quer vir para cá, acha que crescerá mais, que terá mais troca, o que estimula o processo criativo. "Agora, vou sair para viver. Quero começar minha vida. Recomeçar de outro ponto, em outro lugar. Tem um "começar de novo" nisso, mas tem também um continuar. Quando quis estudar guitarra, fui para São Paulo. Quando quis entender a linguagem dos computadores, fiz a mesma coisa. A cidade me atrai. É como se estivesse me mudando para outro país que fala a mesma língua.".
No domingo fui à missa na Catedral de São Bento. Não sou religioso, aliás este é um tema bem mal resolvido para mim. Mas a missa estava linda, com os cantos gregorianos. A igreja é belíssima e aconchegante ao mesmo tempo. O centro de domingo é meio sem graça - muitos mendigos e desocupados, alguns grupos fazendo turismo com guia, bastante gente na missa. O viaduto Santa Efigênia é bem bonito também, o piso dele é bonito, quando o vemos passando por baixo não imaginamos que tenha um piso assim. Não é só o centro que está vazio, mas a cidade inteira. O trânsito está tranquilo, as pessoas menos agressivas. Carro, trânsito e motoristas é uma combinação que não dá muito certo na minha opinião - os carros são barulhentos e estimula a agressividade das pessoas que acham que tem mais direitos que as outras, o trânsito torna-nos ainda mais impacientes e agressivos, mas no final tudo é nossa culpa. Uma moça estava de bicicleta indo ao trabalho, equipada e tranquila de capacete - a vi 2 vezes, de manhã e indo embora. Certa está ela. Pena que pegou chuva, mas acho que ela não deve ligar pra isso.
Hoje é dia de reis. Ouvi na rádio Eldorado que é a data da celebração do nascimento de Jesus Cristo. Dizem que a data é celebrada no interior de São Paulo, Paraná, Rio, Minas e Espírito Santo. Me lembro de ver uma vez a celebração em Campinas, na rua da minha avó. Um homem foi entrevistado, disse que eles visitam as casas para a adorar o presépio, que tem uma música para cada personagem.
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