Hoje foi o "annual team event" lá no trabalho, é o dia que ninguém trabalha e se reúne para fazer aqueles exercícios de "team building", para se confraternizar, se aproximar etc. O único problema é que a escolha da atividade desse ano não foi muito feliz: um treinamento de direção segura lá no autódromo de Hockenheim. Em resumo, a empresa alugou umas 20 mercedes e fomos lá ter aulas de direção segura. Só que cada carro tinha no máximo 2 pessoas, o que limitou muito a nossa chance de fazer realmente um "team event". O tempo também estava uma merda, 12 graus, mas pelo menos estou dirigindo melhor agora.
Tô aqui escrevendo e escutando Igor Stravinsky, o CD "The Essential Igor Stravinsky", emprestado pelo Blake Hellendar, americano casado com a Marija Jovovich, sérvia, que estuda com a Vivian nas classes de alemão. Ela é a moça tocando flauta nas fotos do post anterior. Ele também é músico, toca tuba. Estão aqui na Alemanha a pouco mais de 1 ano, assim como nós chegaram em Julho de 2006. Ele é músico do exército americano, que deve possuir pelo menos umas 20 bases militares aqui na nossa região. "The USA Army" mantém várias bandas marciais em alguns lugares no mundo, mas a da Alemanha é a mais importante. Eles mandam os músicos para cá, eles ficam pelo menos uns 4 anos, ensaiam muito e tocam pela Europa, promovendo a paz, a solidariedade e a cultura americana. Honestamente, sem ironia. Para o Blake em específico, não é muito fácil o lance da língua alemã, o máximo que ele consegue é pedir uma cerveja - "Ein Bier, bitte!", carregando no R. Lá no exército eles só falam inglês, ele não faz aulas e também não tem muito interesse. Já tinha tentado, fez uns 3 meses de aula, mas desistiu. Meu professor já tinha falado que é dificílimo para "english native speakers" aprender uma língua estrangeira, mais que para pessoas que falam outras línguas. E a Ellen, ex-professora da Vi, também já tinha dito isso. Parece que o que rola é que eles tem muita dificuldade com a gramática, com sintaxe, construção de frases, entender o que é advérbio, pronome, objeto direto ou indireto, diferentes artigos, mas o mais crítico é um problema de atitude, eles não vêem razão em aprender uma língua estrangeira quando consegue se virar muito bem em qualquer país com a língua mãe deles. A claro que isso não é uma regra. Bom, voltando pro Stravinsky, só posso dizer que tô achando bem bacana. Não entendo absolutamente nada de música clássica, mas resolvi me aventurar. Eu e o Blake inicíamos um lance de trocar CDs, eu apresento para ele coisas de música brasileira e ele me inicia na música clássica. Já emprestei pra ele os dois CDs que o Mario Adnet e o Zé Nogueira fizeram com as músicas do maestro Moacir Santos, que não um só mas tantos (como escreveu Vinícius na letra do "Samba da Benção" - os CDs: "Ouro Negro" e "Choros e Alegria"), e um CD do Benjamim Taubkin, pianista que conheci em São Paulo tocando com a Mônica Salmaso e a Orquestra Popular de Câmara.
Nas duas últimas semanas conheci alguns blogs que não conhecia e que recomendo fortemente: o Doidivana, da escritora Ivana Arruda Leite, que fez uma beleza de post sobre o filme "Santiago" , o blog do Daniel Piza, jornalista cultural, o Amores Expressos, projeto bacana da Cia. das Letras, em que eles "enviam" 16 escritores para uma estadia de 1 mês em alguma cidade do mundo e escreverem uma história de amor ambientada nesta cidade - cada um dos escritores tem um blog e tecla algumas novidades, depois as histórias virarão um livro. Dê uma olhada, faça uma visita.
Um comentário:
Eu tb. tentei aprender alemão mas desisti. Achei muito cheio de declinações algo a ver com o latim, acho.
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