terça-feira, abril 24, 2007

Bicicletário inaugurado em São Paulo


Vejam o post publicado no Apocalipse Motorizado sobre a inauguração do bicicletário lá na estação Guilhermina-Esperança, na Zona Leste de São Paulo.

Maravilha de notícia!

Breves notícias da Alemanha

Obrigado pelos comentários no post anterior. Adorei todos!

Bom, por aqui vai tudo muito bem. Meus velhos chegaram, estão se divertindo pacas. Tiveram alguns problemas (1 - uma das malas não chegou, puta stress, mas apareceu no dia seguinte; 2 - meu pai perdeu a carteira, com documentos e cartão de crédito além de 50 euros, infelizmente ela não apareceu, mas felizmente não perdeu o passaporte, conseguiu cancelar os cartões de crédito), mas estão adorando tudo.

Começaram o tour por Roma, visitaram muitos lugares em apenas 2 dias, andaram à beça. Adoraram o Coliseu, as ruínas, a Fontana di Trevi. Se mandaram de lá de carro na 6a de manhã em direção à Veneza, onde nos encontramos à noite.

Veneza é linda, incrível. Também foi a nossa 1a vez lá. Eles são ótimas companhias para viajar, topam tudo. Conversamos muito, demos muitas risadas, passeamos de gôndola, pagamos uma fortuna por 4 sanduíches sem-vergonha. Típica viagem à Itália!

Ontem tive que trabalhar (assim como terei que fazer no resto da semana), eles aproveitaram para descansar e foram à Heidelberg, linda cidade vizinha aqui de Mannheim. Adoraram também, nos encontramos à noite e tomamos umas cervejinhas em um Biergarten.

Hoje foram para Strasbourg (França) com a Vi, fica só a 150 km daqui, pouco mais de uma hora de viagem. Acabaram de me ligar e estão no caminho de volta. Vamos sair para jantar e comemorar o aniversário da minha mãe.

segunda-feira, abril 16, 2007

Feliz

Tô bem feliz esta semana. Vou receber meus pais aqui em casa, eles vem nos visitar aqui em Vater Deutschland. É uma delícia essa expectativa, saber que é questão de poucos dias encontrá-los. Nesse momento eles estão no aeroporto, provavelmente já fizeram o check-in e estão lá ansiosos (não tanto quanto eu) pra embarcar e descer do avião do outro lado do oceano após 12 horas de viagem.

Meus pais são incríveis, tem suas qualidades e defeitos como qualquer pessoa ou qualquer pai ou mãe.

Sou muito parecido com minha mãe, tanto fisicamente quanto na personalidade. Os dois somos desorganizados, adoramos conversar, falamos pelos cotovelos e sonhamos, sonhamos e sonhamos. Aliás, sonhar é a coisa que talvez mais façamos na vida. Nossa cabeça não pára um minuto, estamos sempre e ao mesmo tempo felizes e infelizes, satisfeitos e irriquietos, buscando algo novo e diferente pra fazer. Minha mãe tem 55 anos, vai celebrar 56 aqui na Alemanha dia 24. É a primeira vez que sai do Brasil, que faz uma viagem longa de avião. Fiz minha primeira viagem pro exterior em 2000, fui com a Vi para os USA estudar inglês. Depois viajei muito para diversos países, tanto para passear como para trabalhar. Em todas as vezes minha mãe viajou comigo, não só no coração, mas na cabeça dela. Ela ficava viajando sozinha, imaginando como seria conhecer outros lugares, culturas, pessoas, cheiros, sensações. Quando contei para os meus pais que me mudaria por dois anos para a Alemanha, a primeira reação dela foi: "Não acredito. Filho da puta! Vai nos deixar..." e começou a chorar. Depois ficou durante mais de uma semana pedindo desculpas. Ela disse que foi a 1a vez que sentiu que o filhinho dela não era mais o filhinho dela, que era um homem, com interesses, personalidade e vida própria. Isso porque eu já estava casado há 3 anos. No dia seguinte fui buscá-la e passamos o dia juntos, fomos ao museu, tomamos um sorvete, caminhamos no Ibirapuera. Ela me contou que não conseguiu dormir, mas não porque ficou pensando no filho que ficaria longe, mas sim porque ficou se imaginando viajando pela Europa comigo e a Vi, caminhando pelas margens do Sena, assistindo um concerto em Viena ou procurando o muro em Berlin.

Meu pai é um caso especial. Não conheço pessoa mais ética no mundo. E também pessoa mais amorosa. Ele é muito fechado, tem uma dificuldade enorme de demonstrar os sentimentos, mas por outro lado não conheço ninguém mais transparente que ele. Se vê imediatamente o que ele está pensando, sentindo, desejando, basta olhar nos seus olhos. Quando meu irmão e eu viramos adolescentes, fomos vagarosamente nos distanciando dele. Coincidiu com a fase em que ele estava trabalhando e viajando mais do que nunca na vida. Nós desejávamos ser exatamente o oposto do que ele era, ter nossa vida própria, ser independentes, como todo adolescente chato. Essa distância aumentou muito com o tempo, às vezes penso que será difícil recuperar a relação que tivemos um dia. Houve uma fase complicada entre ele e meu irmão, os dois só brigavam, são muito parecidos, amor e ódio. Um belo dia se pegaram no pau, tive que entrar no meio e separar a briga. Foi o dia mais triste da minha vida, ver pai e filho se pegando. No meio da confusão, após eu ter levado uns bons socos de tabela, comecei a gritar e disse: "vocês são dois filhos da puta, são pai e filho, se amam, não deviam estar se batendo!". Ele ficou muito ofendido, não aceitou que eu gritasse com ele, apesar de eu estar falando a verdade. Isso aconteceu 6 meses antes do meu casamento e a partir desse dia ele ficou uns 5 meses sem falar comigo. Eu falava bom dia, boa tarde e boa noite, mas ele não respondia, fingia que não era com ele. 1 mês antes do casório resolvi falar com ele, disse que não aceitava essa situação, que não fazia sentido etc., que éramos pai e filho e blá blá blá, e o mais importante, que eu precisava dele do meu lado na hora do meu casamento, que ele, minha mãe e meu irmão eram as pessoas mais imporantes da minha vida e tinham que estar comigo nesse momento. Ele foi bem frio, disse que tudo bem, que me amava etc., porém não sorriu, não me abraçou, nada. Disse que eu podia contar com ele. Desde esse dia nossa relação melhorou muito. Ele focou todo o tempo livre dele para me ajudar com os detalhes do casório, comprou terno e sapato, tirou dois dias de folga antes do casório para se concentrar e nos ajudar, contratou uma mini-van para trazer a família do interior, fez tudo. Estamos cada vez mais abertos, discutimos cada vez mais nossas opiniões, dizemos mais o que sentimos. Estou recuperando aquele paizão que eu tive na infância. Quando moleques, meu irmão e eu jogávamos futebol, treinávamos etc., sonhando ser profissionais um dia. Meu pai nos levava para tudo o que era lugar, da Cidade Dutra à Vila Ema, do Campo Limpo a Guaianazes. Meus amigos de bola o adoravam. Muitos anos depois, sempre que eu encontrava algum deles, a primeira pergunta que faziam era como estava meu pai. Ele era o tio legal, o pai mas legal entre todos os pais de todos os moleques. Ele tem 54 anos, um a menos que minha mãe, vai comemorar 55 anos aqui também no dia 29.

Junto com este papo todo do casório, meus pais começaram a curtir mais a vida. Trabalharam sempre muiiito, guardaram dinheiro, mas nunca faziam nada para si mesmos. Desde então, eles começaram a viajar mais, voltaram a ir ao cinema, a passear, a curtir a vida. Isso me deixa muito, muito feliz. Essa viagem deles pra cá é o auge disso tudo, sinto que vai ser um momento incrível nas nossas vidas, um tempo curto e intenso, onde nos curtiremos e ofereceremos o melhor de cada um para o outro. Teremos 10 dias juntos, os dois viajarão sozinhos também, vão namorar e fazer uma pequena lua de mel européia. Nossa relação nunca mais vai ser a mesma após essa viagem.

Logo eles estão aí! É só contar os dias, não vejo a hora.

domingo, abril 15, 2007

Viva o povo brasileiro


Terminei há cerca de um mês o livro "Viva o povo brasileiro", do João Ubaldo Ribeiro. É um senhor livro, maravilhoso. O livro é inspiradíssimo, a forma com que ele narra a estória é uma delícia, criativíssima. É daqueles livros que nos deixa até tristes de terminar, sabe? O livro explica muito do que é o Brasil, do porque de muitas das coisas que vivemos e convivemos hoje. É um livro muito simples e ao mesmo tempo riquíssimo. Para mim foi ainda mais bacana lê-lo morando aqui no exterior. Não sei por que, mas foi...

Há diversas passagens que eu adoro, não saberia destacar uma em especial. Também não estou bom hoje para escrever, mas de qualquer forma queria registrar a maravilha que é o "Viva o povo brasileiro".

Agradeço à Andréa N., que rasgou elogios ao livro em um de seus posts e o lista como um dos melhores que já leu. Comprei o livro no Brasil quando fui pra lá no Natal por conta da dica dela. Vielen Danke Andréa!

Final de semana, Itália e visita dos meus velhos...

Bambini felizes em Roma


Domingo 19:17, o final de semana chegando ao fim. O clima esteve maravilhoso esta semana por aqui, ensolarado, um pouco de vento à noite para refrescar. Adoro quando o clima está assim. Os dias estão bem mais longos, está escurecendo umas 20:30 todo dia, portanto dá pra chegar ao trabalho e ainda fazer muita coisa. Ontem fizemos uma faxina daquelas que lava a alma e depois fomos a um aniversário com direito a churrasco (parecia que estávamos no Brasil). Hoje saímos de bicicleta por uma trilha aqui perto e fomos tomar café da manhã numa cidadezinha chamada Ladenburg, bem típica alemã. Depois ficamos jogados em um parque na beira do rio Neckar, tomando um solzinho e lendo um livro. Maravilha!

A Itália foi fantástica. Ficamos lá exatamente 8 dias, visitamos Milão, Florença e Roma. Não demos muita sorte com o clima, estava frio, mas isso não atrapalhou em nada. Começamos o passeio por Milão. Gostamos muito da cidade, é limpa, arborizada e organizada (ao menos na região central), bem diferente do que havíamos ouvido sobre a Itália. O povo lá é muito chique, é um verdadeiro desfile de moda a céu aberto. A catedral é incrível, enorme. Nunca visitei uma igreja tão bonita. O povo foi muito educado e receptivo. Os preços são um absurdo de caros, até para nós que moramos na Alemanha. Incrível, mas uma cerveja de 400 ml pode custar até 9 Euros! O negócio é fugir das ruas principais, como o Corso Vittorio Emanuele. No corso vale a pena tomar um sorvete, um espresso (no balcão é baratinho, só 90 centavos) e principalmente comer um sanduíche em qualquer um dos cafés. Comemos um com presunto parma, pasta de atum e queijo parmegiano regiano, maravilha! Ah, e comemos também filé a milaneza!

Florença foi muito bacana, adoramos. Achávamos que a cidade seria maior, mais cosmopolita, porém é relativamente pequena, de certa forma tradicional, porém cheias de pequenas e grandes jóias. Assim como Roma, cada esquina reserva uma surpresa. É como se aquela Itália que vemos nos filmes e pela TV se materializasse na frente dos nossos olhos. Andamos muiiito, visitamos muita coisa, o Uffizi e a Galleria Del'Academia, o Domo, a Capela Medici, a torre do Giotto, a Capela di Santa Croci (onde está enterrado o Michelangelo). É uma cidade que respira arte, cada praça tem um monumento. Adoramos tudo do Michelangelo, principalmente o Davi.

Roma é sensacional, incrível. É como se estivéssemos no centro do mundo. E como é velha! Tudo é histórico, se aprende um pouco a cada esquina, praça ou rua. O Coliseu é um desbunde, mesmo para quem já se cansou de ver imagens dele em tudo que é canto. É incrível também ver a cara das pessoas olhando pra ele pela primeira vez e exclamando: "uau!". É a reação geral, sem exceção. O Forum Romano é ainda mais incrível, olhar aquelas ruínas lá de cima é impressionante. Vimos também todos ou quase todos os musts: Museu Vaticano e a Capela Sistina, Basílica de São Pedro (a vista lá da torre faz valer a pena subir mais de 500 degraus), Galeria Borghese, Fontana di Trevi, Piazza di Spagna, Pantheon, Piazza Navona, Trastevere, além das inúmeras igrejas cheias de obras de arte, de Bernini a Caravaggio. Meus lugares preferidos foram o parque de Villa Borghese, o Pincio (mirante que fica na Villa Borghese, se tem um vista perfeita da Basílica de São Pedro e da Piazza del Poppolo), a Piazza del Poppolo (muito bonita, com as esculturas do Bernini), o bairro judeu lá perto do Teatro Marcello e a Via Giulia (avenida que vai paralela ao Tevere, cheia de palácios antigos e árvores em vasos). Também comemos muito bem lá em Roma: encontramos uma pizza ótima e comparável às de Sampa, comemos a melhor lasagna e tiramissú das nossas vidas no restaurante La Botticella, no Trastevere (dica do Roberto, amigo da Vi lá da Universidade de Mannheim).

No geral, foi emocionante visitar à Itália. Achamos muito parecida com o Brasil, muitas coisas ficaram claras pra nós após esta viagem, muito do que são os brasileiroas, sobre como nos comportamos. A Vi ficou especialmente emocionada, conhecendo suas raízes. Esta experiência de viver na Europa é incrível por isso, aprendemos muito e principalmente a nos conhecer melhor.

Hoje falei com meus pais pelo MSN. Eles estão super animados, amanhã pegam o avião pra Europa, vem nos visitar. Fazem uma escala em Lisboa e de lá vão para Roma. Ficam lá 3 dias e aí nos encontramos. Maravilha, não vejo a hora de vê-los. É a 1a viagem deles pra Europa, eles estão muito felizes e ansiosos. O mais legal é que os dois vão comemorar seus aniversários aqui conosco: ela no dia 24 de abril, ele no dia 29. Viva!

quarta-feira, abril 11, 2007

De volta

Chegamos de viagem e não sobrou tempo pra nada. Tô devendo postar aqui sobre minha viagem à Itália, que foi ótima por sinal. É incrível, estávamos esperando tanto por essa viagem, parecia que não chegaria nunca. Pois que chegou, já voltamos e não consigo sequer parar um minuto para postar aqui como foi!

Agradeço a quem me desejou boa viagem! Podem acreditar que ela foi boa mesmo!

No mais, fomos para Milão, Florença e Roma. Em breve apareço e conto como foi.