A coreana e Santiago

Tô aqui teclando e vendo o sol e as árvores aqui na janela. Daqui a pouco vou sair, encontrar a Vi para irmos para a casa da Chae Um, coreaninha de 16 anos que estuda com a Vi. A menina está aqui solita na Alemanha, onde vai começar um curso de música, especificamente piano, numa espécie de escola superior lá em Karlsruhe (o sistema de ensino alemão é todo diferente, existem vários tipos de escola nos mais distintos níveis, difícil explicar). Ela é incrível, extremamente independente e madura para muitos assuntos, mas ao mesmo tempo muito ingênua para outros. Ela mantém ainda aquele brilho no olho que só as crianças tem, sabe? Tomare que não perca e fique chato como a maioria dos adultos. O sonho dela é ser pianista de balé. Hoje ela fará um mini-concerto para os mais chegados, o que gerou um puta stress na cabeça da coitadinha e provavelmente algumas horas perdidas de sono. Ela estava nervosíssima desde domingo, quando a intimamos (nós e outros 3 loucos) a tocar para nós antes de mudar de cidade, e que dessa vez ela não escapava, que apareceríamos todos lá na 6a-feira às 18:30. De domingo para cá ela já desistiu e voltou atrás umas 77 vezes sobre o mini-concerto. Acho que vai ser lindo, ela deve ser uma música tão especial quanto ela é como pessoa. Eu queria ir de bicicleta, mas só temos uma chave do Keller e a Vi está com ela. Vou a pé ou de ônibus.

Acabei de ler agora um post muito bacana sobre o filme "Santiago", do João Moreira Salles, lá no blog da Ivana Arruda Leite, o Doidivana. Já tinha lido o artigo do Contardo Calligaris também sobre o filme e fiquei interessadíssimo. Me parece que é daqueles filmes que ou você ama ou odeia, sabe como é? Merda que vai demorar uma cara até ele aparecer aqui em Vater Deutschland.

Depois publico as fotos do mini-concerto, com a coreaninha enchendo a Alemanha de música.